terça-feira, 9 de dezembro de 2008

[Educação] Matéria _ Teste de Colisão

  • O QUE ACONTECE NO INTERIOR DE UM CARRO QUANDO OCORRE UMA COLISÃO?
Para responder esta pergunta pesquisadores em diversos laboratórios da Europa e dos Estados Unidos, desenvolveram bonecos modelos projetados segundo critérios rigorosos de biomecânica. Estes modelos, conhecidos como "dummies" estão tão desenvolvidos que aproximam-se muito das características dos seres humanos e quando são submetidos a um impacto sofrem deformações muito similares àquelas que um humano sofreria. (veja alguns modelos).

Os órgãos internos do corpo humano também foram extensivamente estudados, modelados em computador e transferidos para bonecos, com o objetivo de avaliar os danos causados por colisões durante o teste de impacto.(veja a modelagem de um tórax).

Sem estes recursos jamais seria possível avaliar o que ocorre dentro de um carro durante uma colisão e consequentemente seria impossível projetar dispositivos de segurança.(veja a foto de um veículo em teste)

O "crash test" genericamente, consiste em colidir um veiculo com características físicas e dinâmicas conhecidas e carregado de bonecos com um obstáculo fixo e de características predeterminadas.

Veículo, bonecos e obstáculo são extensivamente monitorados por sofisticados dispositivos e sensores.

  • CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS COM OS "CRASH TESTS"
Quando um carro colide com um obstáculo, digamos um outro carro, na realidade ocorrem três colisões:

+ Colisão do carro
+ Colisão dos passageiros com o carro
+ Colisão dos órgãos internos do corpo humano com o corpo
  1. A COLISÃO DO CARRO
Um veiculo em movimento possui determinada velocidade e aceleração que lhe transfere determinada energia cinética (a energia do movimento). Quando um carro colide com um objeto fixo (por exemplo) esta energia cinética é utilizada para sobrepor o obstáculo (deformando-o), entretanto, quando o obstáculo é mais resistente que o veículo, ele produz uma reação contrária que irá causar danos neste veiculo. Por essa e por outras razões que um "fusca" com uma velocidade de 10Km/h ao colidir com uma parede de papelão, apenas terá sua pintura arranhada. Sua energia cinética é mais que suficiente para sobrepor e destruir o papelão da parede.

Durante o impacto uma parte da energia retornada pelo obstáculo é absorvida pelo carro fazendo com que ele se desmantele (deformação). O diferencial entre a energia retornada pelo obstáculo e a energia absorvida pelo carro, quando maior que zero, irá provocar danos nos ocupantes do carro. Por essa e por outras razões que uma "batida de para-lamas", na maioria das vezes, não produz danos aos passageiros, pois toda energia é utilizada para amassar o "para-lamas". Por essa e por diversas outras razões que um carro de Fórmula 1 bate a 300Km/h e o piloto sai ileso, pois a estrutura do carro funciona mais ou menos como um "fusível" que interrompe a transferência de energia para o piloto.

2. COLISÃO DOS PASSAGEIROS COM O CARRO

Quando viajamos em um carro, por exemplo a 100Km/h, estamos com esta velocidade em relação solo porém estamos parados em relação ao carro.

Quando um carro colide abruptamente com um determinado obstáculo, sua velocidade tende a reduzir e, dependendo da característica do obstáculo, pode reduzir-se a zero em um tempo muito curto. Entretanto, os passageiros deste carro continuam com os mesmos 100Km/h até encontrarem um obstáculo que reduza sua velocidade.

No momento da colisão os passageiros são arremessados contra o painel, o volante e contra outras partes do carro provocando lesões e ferimentos.

Os passageiros da parte traseira são arremessados contra os passageiros da frente com velocidade equivalente aos 100Km/h.

Como mencionado acima, os passageiros também estão submetidos a um valor de energia cinética proporcional à velocidade do veiculo. O valor aproximado desta energia para um adulto (dependendo de seu peso) no veiculo a 100Km/h é aproximadamente igual ao valor da energia potencial da queda de uma altura de 40 metros. Não é difícil de imaginar as conseqüências do impacto de uma cabeça atingindo o painel de um carro, com tanta energia para ser dissipada.

É interessante notar que intuitivamente a maioria das pessoas procura eliminar as possibilidades de cair de alguma altura por menor que seja, entretanto poucos são sensibilizados de que o mesmo perigo da altura existe em relação à velocidade.

O cinto de segurança : age exatamente como um dispositivo de absorção da energia do passageiro evitando assim que ele se choque com outras partes do carro. Como o cinto é um dispositivo "elástico", suas fibras têm grande capacidade de absorção de energia e por esta razão geralmente não causam danos graves ao passageiro.

3. COLISÃO DOS ÓRGÃOS INTERNOS

Aqui ocorre o mesmo fenômeno da energia cinética mencionado nos itens anteriores. Quando o corpo humano atinge algum objeto no interior do carro e tem sua velocidade reduzida a zero, os órgãos internos continuam viajando com a mesma velocidade que o corpo tinha momentos antes de parar. Estes órgãos internos estão então providos de uma energia que precisa ser dissipada e isto é feito por meio de choques com outros órgãos ou com o esqueleto. São estas "colisões internas" que na maioria dos casos provocam serias lesões ou morte.

Imagine o que acontece quando a cabeça de um passageiro colide com o para-brisas de um carro. Quando a pessoa para por completo, o cérebro colide com a caixa craniana. O resultado é imprevisível, poderá ser uma leve contusão ou uma lesão grave e permanente.
  • COMO PREVINIR UM ACIDENTE E LESÕES
* Respeite sempre as regras de trânsito;
* Respeite os limites de velocidade das rodovias;
* Use sempre cinto de segurança;
*Seja responsável pela vida, inclusive a dos passageiros que o acompanham;
* Mantenha distância compatível em relação ao veiculo que vai a sua frente;
* Dirija defensivamente observando e prevendo o comportamento dos outros veículos ;
* Não use seu veículo para dar vazão a suas frustrações ou insucessos;
* Não misture pouco ou muito dinheiro (carro muito velho ou carro muito novo) com seu desempenho nas pistas.

Autor: F. Cavalcanti
Adaptado por Poy Zé

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